Educação Ambiental: Alunos desenvolvem projeto para preservação do Rio Real
O Rio Real tem sua nascente no Povoado São Francisco, nos limites entre
os municípios de Poço Verde (SE) e Adustina (BA). No trecho do rio que
corta a cidade, a situação é preocupante, pois o rio se tornou um esgoto
a céu aberto. A professora de Biologia, Jobeane França, explica o que
levou o desenvolvimento do projeto de Educação Ambiental.
O professor de Geografia, Giseldo Rabelo Andrade, também participou do
projeto e conta que outro problema preocupante encontrado durante a
pesquisa é a falta da mata ciliar “Essa vegetação é como os cílios que
protegem os olhos da sujeira, no caso da mata, ela evita que os resíduos
caiam no rio. É importante que essa mata ciliar exista nas margens do
rio para evitar o assoreamento, que é o acúmulo de lixo no leito do rio.
Nós observamos, aqui, no entorno da cidade, a falta dessa mata; então o
rio acaba ficando com o seu leito bastante raso. Quando ocorre uma
chuva forte, ocorrem os alagamentos”.
A poluição do rio é ocasionada devido aos resíduos sólidos jogados no
trecho que corta a cidade de Poço Verde. O professor Giseldo alerta que
esse material acaba se decompondo no local ou sendo levado pela água
para o oceano.
“A decomposição destes materiais causa danos à natureza, como o
chorume, que é altamente poluente. Além do lixo, temos a problemática do
esgoto que é jogado diretamente no canal do rio, com produtos químicos,
não somente domésticos, como também de pequenas indústrias. Então, não
existe tratamento para esses produtos”, alerta.
Pesquisa
Para coletar dados para a pesquisa, a estudante Ana Vitória Silva
Santana visitou os órgãos públicos para verificar se existia alguma lei
de preservação do rio. “Nós fomos à EMDAGRO e à Câmara de Vereadores e
percebemos que não existe uma lei que cuide do rio. Eles não possuem uma
ação de coleta de lixo, e não existe nenhuma lei que proíba as pessoas
de descartarem o lixo no rio”.
O estudante Guilherme Neves também participou do projeto e destacou a
importância de participar do seu primeiro projeto de pesquisa. “O
projeto me ajudou nas pesquisas com uma nova forma de pesquisar. Antes
nós fazíamos pesquisa escolar, agora nós mesmos podemos coletar os dados
e vamos às comunidades, nas escolas, nos fóruns municipais coletar
informações. Além disso, nós participamos de eventos dentro da cidade e
fora também. Então, foi uma experiência valiosa”, disse Guilherme.
Ações
Diante da problemática encontrada, os professores e alunos
desenvolveram ações de sensibilização para serem executadas nas escolas e
na comunidade. O objetivo era tornar o rio mais conhecido e destacar a
importância da conservação desse recurso natural. Para isso, foi
desenvolvida uma cartilha com todas as informações sobre o rio e a
produção de um blog, onde todo material foi divulgado, como explica a
professora Jobeane.
“A gente fez uma cartilha com a intenção de divulgar nas escolas. Qual o
nosso objetivo com essa divulgação? O objetivo é fazer com que as
escolas comecem a olhar com outros olhos o rio. Nós temos cinco escolas
estaduais e três municipais dentro da cidade, temos também as escolas do
povoado. A nossa meta era atingir essas escolas para fazer essa
divulgação, no intuito de sensibilizar para o desenvolvimento de ações.
No site, colocamos o conteúdo produzido na cartilha porque não
conseguimos reproduzir a cartilha. Nós colocamos os dados das pesquisas
que foram realizadas pelos estudantes. Fomos às escolas para mapear se
já existia algum projeto e sensibilizar”, pontuou Jobeane.
Dificuldades
Uma das dificuldades na execução do
projeto, que é fruto do edital do Programa de Iniciação Científica
Júnior (PIBICjr) foi a falta de auxílio para a impressão da cartilha e
para participação em eventos. “A gente sabe que os recursos para a
escola são limitados. Apesar de toda boa vontade da escola, a gente sabe
que recurso é importante. Não tivemos recurso para imprimir as
cartilhas, nem para se deslocar para os eventos em outras cidades. Essa
foi nossa maior dificuldade que acabou limitando o nosso trabalho. O
projeto também por objetivo iniciar os alunos na iniciação científica e
não conseguimos participar desses eventos pela falta de auxílio”.
FONTE: FAPITEC/SE
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