Projeto sobre reciclagem mobilizou alunos de escola pública
A professora Patrícia Soares conta que o
Colégio produz uma grande quantidade de lixo diariamente; por isso, a
necessidade de criar um projeto que atendesse a essa demanda da escola. A
ideia inicial era identificar qual tipo de lixo que a escola produzia,
para depois pensar em ações de conscientização.
“O primeiro passo foi identificar o lixo
produzido na escola; depois da identificação desse material, nós
fizemos uma catalogação e tentamos identificar por quantidade. Tivemos
fatos interessantes porque ao mesmo tempo em que a gente tinha uma pouca
produção de plástico, por outro lado, tínhamos um grande desperdício de
alimentos.”, explica a professora.
Segundo a professora Patrícia, o
desperdício dos alimentos era, muitas vezes, do próprio aluno, que deixa
o resto da merenda no prato. Para conscientizar os alunos, a professora
junto com os bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação Científica
Júnior (PIBICjr) realizaram seminários e cartazes. Outro foco da
campanha foi alertar quanto aos prejuízos do descarte do plástico de
forma incorreta.
“Como reeducar esse aluno e trabalhar
essas questões científicas? Fizemos um seminário para estudar os
impactos do plástico e do papel jogado no meio ambiente. O plástico
poderíamos destinar às empresas que trabalhavam com reciclagem. Em
relação aos alimentos, uma pessoa passou a recolher as sobras e levar
para dar aos animais. O óleo ao invés de ser descartado aleatoriamente, a
gente recolheu e encontramos uma empresa de reciclagem.”, conta.
Com o óleo que iria ser descartado na
natureza, os estudantes passaram a produzir sabão, que foi testado na
cozinha da escola. Segundo a professora Patrícia, outro foco importante
do projeto foi também conscientizar os pais dos alunos quanto à
importância da reciclagem. O trabalho desenvolvido na escola também teve
como fruto a participação na Olimpíada Ambiental.
“Fizemos uma amostra para os pais e os
alunos passaram a trazer o óleo de casa para fazer o sabão. Os alunos
decidiram participar da Olimpíada Ambiental e produziram um caminhão só
com material reciclado, que foi descartado pela escola. Eles construíram
e tivemos uma aluna muito boa que desenhou o carro. Esse caminhão ia
ser o modelo para reciclar o lixo eletrônico, em contra partida, outro
grupo fez uma cartilha para explicar para nossos estudantes o trabalho
que estava sendo desenvolvido”, destaca a professora Patrícia.
Mobilização
O projeto, que iniciou com seis
bolsistas de PIBICjr, acabou mobilizando mais 11 estudantes que
participaram do projeto de forma voluntária. O estudante Guilherme
Borges de Brito começou como voluntário e depois conseguiu a bolsa
remunerada. Para Guilherme, o projeto foi uma experiência valiosa para
sua formação.
“Entrei no projeto como voluntário,
porque achei uma causa muito legal e comecei a frequentar. Depois, dois
alunos tiveram que sair e entrei como substituto. Participamos de muitos
eventos, amostras, apresentações em vários lugares. A gente trabalha
com a conscientização dos alunos e dos pais sobre o meio ambiente”,
disse.
O estudante de Arquitetura, Breno Assis
Albuquerque, já não faz mais parte do projeto, pois já está na
universidade. Segundo Breno, a bolsa PIBICjr é ensaio do que vai ser
visto na graduação. O estudante destaca como principal benefício o
aprendizado da redação científica.
“O projeto foi muito importante para
melhorar a minha redação científica, porque entramos em contato com
artigos e projetos, e isso é um grande diferencial quando você chega à
universidade e se depara com trabalhos mais elaborados, que não são
pedidos no ensino médio normalmente. Então, isso foi muito importante e,
além disso, acho importante para o currículo. É um ensaio para entrar
na universidade”.
Importância do PIBICjr
A professora Patrícia afirma que a meta é
dar continuidade ao projeto e participar de mais editais do PIBICjr
pelo aprendizado que é para o professor e, principalmente, para o
estudante que sai da teoria e vai para prática. “O PIBICjr foi muito
importante para escola porque acredito que valoriza a ciência. Acredito
que se as escolas e os professores tivessem mais oportunidades e a
própria Secretaria de Educação pensasse um pouco mais na importância da
pesquisa no ensino médio e fundamental, acho que o Brasil daria um salto
na pesquisa e na ciência e avançava anos luz”.
Ainda segundo a professora Patrícia, o
PIBICjr traz uma grande mudança na vida escolar dos bolsistas que
participam do projeto. “O aluno abre horizontes, se torna independente,
ele escreve melhor, ele tem autonomia e são alunos que questionam. A
pesquisa deveria ser mais valorizada, tanto para o professor na escola, e
ter mais incentivo de apoio pedagógico onde a gente pudesse contar mais
com a secretaria de educação para oferecer esse suporte ao aluno”.
FONTE: FAPITEC/SE