terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Projeto sobre reciclagem mobilizou alunos de escola pública

O plástico demora mais de 100 anos para se decompor no meio ambiente e, quando descartado de forma incorreta, pode gerar vários problemas ambientais. Preocupados com a preservação do meio ambiente, um grupo de estudantes do Colégio Estadual Atheneu Sergipense, em Aracaju, possui um projeto que tem como foco reciclar o material produzido pela própria escola.

A professora Patrícia Soares conta que o Colégio produz uma grande quantidade de lixo diariamente; por isso, a necessidade de criar um projeto que atendesse a essa demanda da escola. A ideia inicial era identificar qual tipo de lixo que a escola produzia, para depois pensar em ações de conscientização.

“O primeiro passo foi identificar o lixo produzido na escola; depois da identificação desse material, nós fizemos uma catalogação e tentamos identificar por quantidade. Tivemos fatos interessantes porque ao mesmo tempo em que a gente tinha uma pouca produção de plástico, por outro lado, tínhamos um grande desperdício de alimentos.”, explica a professora.

Segundo a professora Patrícia, o desperdício dos alimentos era, muitas vezes, do próprio aluno, que deixa o resto da merenda no prato. Para conscientizar os alunos, a professora junto com os bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (PIBICjr) realizaram seminários e cartazes. Outro foco da campanha foi alertar quanto aos prejuízos do descarte do plástico de forma incorreta.

“Como reeducar esse aluno e trabalhar essas questões científicas? Fizemos um seminário para estudar os impactos do plástico e do papel jogado no meio ambiente. O plástico poderíamos destinar às empresas que trabalhavam com reciclagem. Em relação aos alimentos, uma pessoa passou a recolher as sobras e levar para dar aos animais. O óleo ao invés de ser descartado aleatoriamente, a gente recolheu e encontramos uma empresa de reciclagem.”, conta.

Com o óleo que iria ser descartado na natureza, os estudantes passaram a produzir sabão, que foi testado na cozinha da escola. Segundo a professora Patrícia, outro foco importante do projeto foi também conscientizar os pais dos alunos quanto à importância da reciclagem. O trabalho desenvolvido na escola também teve como fruto a participação na Olimpíada Ambiental.

“Fizemos uma amostra para os pais e os alunos passaram a trazer o óleo de casa para fazer o sabão. Os alunos decidiram participar da Olimpíada Ambiental e produziram um caminhão só com material reciclado, que foi descartado pela escola. Eles construíram e tivemos uma aluna muito boa que desenhou o carro. Esse caminhão ia ser o modelo para reciclar o lixo eletrônico, em contra partida, outro grupo fez uma cartilha para explicar para nossos estudantes o trabalho que estava sendo desenvolvido”, destaca a professora Patrícia.

Mobilização
O projeto, que iniciou com seis bolsistas de PIBICjr, acabou mobilizando mais 11 estudantes que participaram do projeto de forma voluntária. O estudante Guilherme Borges de Brito começou como voluntário e depois conseguiu a bolsa remunerada. Para Guilherme, o projeto foi uma experiência valiosa para sua formação.

“Entrei no projeto como voluntário, porque achei uma causa muito legal e comecei a frequentar. Depois, dois alunos tiveram que sair e entrei como substituto. Participamos de muitos eventos, amostras, apresentações em vários lugares. A gente trabalha com a conscientização dos alunos e dos pais sobre o meio ambiente”, disse.

O estudante de Arquitetura, Breno Assis Albuquerque, já não faz mais parte do projeto, pois já está na universidade. Segundo Breno, a bolsa PIBICjr é ensaio do que vai ser visto na graduação. O estudante destaca como principal benefício o aprendizado da redação científica.

“O projeto foi muito importante para melhorar a minha redação científica, porque entramos em contato com artigos e projetos, e isso é um grande diferencial quando você chega à universidade e se depara com trabalhos mais elaborados, que não são pedidos no ensino médio normalmente. Então, isso foi muito importante e, além disso, acho importante para o currículo. É um ensaio para entrar na universidade”.

Importância do PIBICjr
A professora Patrícia afirma que a meta é dar continuidade ao projeto e participar de mais editais do PIBICjr pelo aprendizado que é para o professor e, principalmente, para o estudante que sai da teoria e vai para prática. “O PIBICjr foi muito importante para escola porque acredito que valoriza a ciência. Acredito que se as escolas e os professores tivessem mais oportunidades e a própria Secretaria de Educação pensasse um pouco mais na importância da pesquisa no ensino médio e fundamental, acho que o Brasil daria um salto na pesquisa e na ciência e avançava anos luz”.

Ainda segundo a professora Patrícia, o PIBICjr traz uma grande mudança na vida escolar dos bolsistas que participam do projeto. “O aluno abre horizontes, se torna independente, ele escreve melhor, ele tem autonomia e são alunos que questionam. A pesquisa deveria ser mais valorizada, tanto para o professor na escola, e ter mais incentivo de apoio pedagógico onde a gente pudesse contar mais com a secretaria de educação para oferecer esse suporte ao aluno”.

FONTE: FAPITEC/SE

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Inscrições abertas para o III Congresso Sergipano de Ciência

Com o objetivo de promover uma discussão sobre temas relevantes para a Ciência, acontecerá III Congresso Sergipano de Ciência. O evento será realizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS) no dia 9 de dezembro.

O evento abrange toda a comunidade científica sergipana e abre oportunidade para apresentação de trabalhos em todas as áreas do conhecimento. Além de trazer como destaque nessa edição, dois importantes temas: as publicações científicas do estado de Sergipe e  o desenvolvimento da Ciência e Tecnologia no estado.

A conferência de abertura do evento será realizada pelo Prof. Dr. Mario Neto Borges, um dos nomes mais importantes da área de políticas de C,T& I no Brasil. Neste ano, os melhores trabalhos serão convidados para a publicação de artigos completos na edição especial comemorativa de 10 anos da revista Scientia Plena.

A revista Scientia Plena é mantida pela Associação Sergipana de Ciência e publicou o seu primeiro número com 9 artigos em abril de 2005. Desde então, já foram publicadas mais de 100 edições e quase 1000 artigos nas diversas áreas da ciência.

De acordo com o Presidente da Associação Sergipana de Ciência, Profº Edilson Divino de Araujo, o evento também poderá ser acompanhado à distância pelos participantes com direito a certificado de participação. “Nesse ano também abriremos a possibilidade de participação à distância via streaming de vídeo (EAD), beneficiando estudantes que estão no interior do estado ou que estejam, por algum motivo, impossibilitados de se deslocar até o evento”, explicou.

Inscrições:
Poderão participar do III Congresso Sergipano e Ciência, alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores e profissionais interessados na área de C,T&I. As inscrições estarão abertas até o dia 9 de dezembro, mas para a apresentação de trabalhos somente até o dia 30 de Novembro, através do site oficial do evento.

O III Congresso Sergipano de Ciência emitirá certificado de participação de 8h para todos os participantes que efetivamente participarem do evento (presencialmente ou via streaming de vídeo). Além disso, os autores de resumos também receberão certificados de apresentação de seus trabalhos. Todos os certificados serão gerados diretamente na plataforma do Congresso Sergipano de Ciência: www.csci.asci.org.br.

FONTE: FAPITEC/SE

Vestígios arqueológicos revelam a história da ocupação da Amazônia

Pesquisas nos sítios arqueológicos do baixo e médio Solimões estão na revista Proceedings of the Royal Society B. Cerâmicas encontradas pela equipe do Instituto Mamirauá e da Universidade de São Paulo datam do período entre 1.610 e 930 a.C.

 

Pesquisadores realizam expedição para acompanhar a conservação
 dos vestígios arqueológicos encontrados na Amazônia.
Crédito: Instituto Mamirauá

As pesquisas arqueológicas na Amazônia, desenvolvidas pelo Instituto Mamirauá em parceria com a Universidade de São Paulo, estão no artigo The domestication of Amazonia before European conquest, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B. Nas regiões do baixo e médio Solimões, os pesquisadores encontraram diferentes vestígios cerâmicos datados do período entre 1.610 a 930 a.C.  

"É interessante pensarmos no quanto essas ocupações interagiram e modificaram o meio ambiente, tornando-o propício para suas necessidades. O que a gente já conhece é quem veio antes e quem veio depois. O próximo passo é entender como eles se relacionavam com o ambiente", afirmou o pesquisador do Instituto Mamirauá, Eduardo Kazuo Tamanaha.

Segundo ele, ainda há pouco conhecimento sobre as primeiras ocupações. "Mas esses grupos estão produzindo cerâmica. E, pelo modo que o grupo ocupa e pelo tipo de cerâmica, a gente consegue associar a outras áreas da Amazônia, e com outras pesquisas", acrescentou.
As pesquisas são desenvolvidas pelas equipes de arqueologia do Mamirauá e do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo desde 2006 em sítios arqueológicos nas Reservas Mamirauá e Amanã e nos municípios de Tefé e Alvarães, no Amazonas. Entre 26 de setembro e 1º de outubro, os pesquisadores estiveram na Reserva Amanã para acompanhar a conservação dos vestígios e o estado de degeneração, de acordo com cada ambiente. 

Fonte: Instituto Mamirauá